O Zohar (o livro principal e mais importante da Cabala) nos revela uma lição tremendamente importante, sobre como verdadeiramente despertar milagres, e através desta energia é dada a oportunidade de nos conectarmos com a consciência que precisamos para fazê-los (aproveite essas aulas de Zohar para preparar o seu recipiente espiritual para toda essa Luz).
HANUKA - UM PREFÁCIO:
Hanuka, Hanukka, Chanuka ou Chanukka, se trata do mesmo tremendo milagre - Os Cabalistas ensinam que o propósito das “festas Cabalísticas” não é meramente comemorar eventos históricos ou manter uma tradição. Na verdade, eles explicam, existe uma razão bastante prática para a existência das festas.
Cada “festa” é uma oportunidade, uma abertura cósmica para conectar com a Luz do Criador, a fonte de toda a plenitude.
Essas aberturas são presentes que nos foram dados pelos gigantes espirituais das gerações anteriores.
Com suas ações positivas eles criaram viadutos espirituais através dos quais a Luz dos mundos superiores entra em nosso plano físico, e essa grande Luz reaparece e se torna disponível a cada ano na mesma época.
As pessoas que viveram durante a época do Hanuka original estavam prontas para sacrificar tudo na batalha contra as forças da Escuridão.
Eles estavam dispostos a ir além de todos os limites para combater a s forças da negatividade, para permitir a revelação da Luz do Criador.
Sua dedicação abnegada, que hoje em dia não somos capazes de nem começar a compreender, revelou a Luz dos Milagres, tornando o canal dos milagres disponível para que cada um de nós se conecte durante a festa de Hanuka.
É importante compreender que todos nós precisamos de milagres o tempo todo.
Embora algumas pessoas tenham uma maior percepção dessa necessidade, a maioria de nós não percebe a verdadeira necessidade que temos de milagres constantes. Se nos esforçamos para evoluir espiritualmente, deve ficar claro que, para verdadeiramente nos transformarmos e mudarmos, precisamos da ajuda do Criador, que nos é dada nessa época através da força dos milagres.
Além disso, se temos filhos e esperamos criá-los de forma correta por um caminho de compartilhar e de Luz, sabemos que realmente precisamos da ajuda do Criador nesse processo incrível.
Todos nós sempre precisamos de milagres.
E de forma incrível, com Hanuka nos é dada a dádiva gratuita de atrairmos a luz e a força dos milagres para nossa vida a cada ano.
O Zohar (Balak v. 294) fala desse tipo de milagres: “Rabi Pinchas chorou e disse: ‘Quanta bondade o Sagrado, bendito seja Ele, faz com as pessoas, e quantos milagres Ele realiza para elas todos os dias, e ninguém percebe, exceto Ele próprio.
Uma pessoa se levanta de manhã e uma serpente vem para matá-la, e a pessoa pisa na cabeça dela, SEM QUERER, e a mata, e ninguém fica sabendo disso, exceto o Sagrado, bendito seja Ele.
Uma pessoa caminha pela rua, e assaltantes estão à espreita para matá-la. Outra pessoa passa em seu lugar, e a primeira pessoa se salva.
E nem fica sabendo da bondade que o Sagrado, bendito seja Ele fez para ela, e o milagre que acabou de lhe acontecer.
O Criador, e somente Ele mesmo, realizou e sabe do milagre, e ninguém mais está consciente do fato.'”
Os Cabalistas também nos ensinam que vivemos no mundo da fisicalidade (Malchut) e que precisamos realizar ações físicas para despertar e atrair as Luzes espirituais.
Um dos grandes milagres de Hanuka foi que em seguida à destruição do Templo Sagrado não havia praticamente óleo de azeite nenhum para acender o candelabro.
O pouco óleo de azeite que foi encontrado era suficiente somente para acendê-lo por um dia, mas devido ao seu desejo sincero de acender o Candelabro, aquela pequena quantidade de óleo de azeite seguiu ardendo durante oito dias, tempo suficiente para preparar mais óleo de azeite.
Este é um dos motivos porque o óleo de azeite foi estabelecido como a ferramenta que podemos usar para revelar e atrair para nós a grande luz dos milagres. Além disso, é muito adequado que usemos luz física para revelar luz espiritual.
Acendimento das velas, portanto, serve ao motivo bastante prático de revelar e atrair a enorme luz dos milagres para nós, nossa família e para o mundo inteiro.
Essa grande luz espiritual jorra das chamas físicas do candelabro. É por causa disso que não nos limitamos a acender as velas, mas também ficamos junto a elas pelo menos meia hora, para absorver essa luz maravilhosa (literalmente).
Um dos princípios básicos da Cabala é que a quantidade de Luz revelada por qualquer ação espiritual depende de nossa compreensão de seu poder. Assim sendo, enquanto acendemos as velas a cada noite de Hanuka é importante pensarmos na grande luz que estamos revelando.
É esta compreensão, em conjunto com o acendimento físico, que atrai para nós a luz dos milagres. Uma vez que entendemos a força e a oportunidade de Hanuka, começamos a apreciar a grande dádiva disponível para nós durante esta época maravilhosa do ano.
ESTUDO AVANÇADO SOBRE HANUKA, DO SAGRADO MESTRE ARI:
As meditações que uma pessoa deve manter para o acendimento das luzes de Hanuka giram em torno de uma principal unificação supernal e mística chamada “Ner” [hebraico para vela]
De forma curta, existem três aspectos primários da unificação de Zeir Anpin e Nukva:
Yud-Key-Vav-Key [valor 26] unificado com Alef-Key-Yud-Key [valor 21] = 47 +
Yud-Key-Vav-Key [valor 26] com Elokim [valor 86] = 112 +
Yud-Key-Vav-Key [26] com Adonai [65] =91.
TOTAL 47+112+91 = 250 = “NER” [vela] escrito nun (50), reish (200)
Às vezes um aspecto se unifica, às vezes dois, às vezes os três, no qual o citado acima fica completamente unificado, e então Nukva [Malchut] é chamado de “Ner” [vela] cujo valor numérico é 250, igual ao total dos seis nomes divinos.
Na primeira bênção [“Aquele que nos comandou a acender a vela de Hanuka”] todas três [unificações acima] estão indicadas [na palavra “vela”]
Na segunda bênção [“… Aquele que criou milagres…”], a segunda unificação é indicada
Na terceira bênção [“… Aquele que nos deu vida…”], a mais baixa é indicada. Durante o feriado, o mais alto dos níveis superiores estão acessíveis até mesmo nas dimensões mais baixas…
Eu, Rav Chaim Vital, encontrei em outro manuscrito que o primeiro nome Yud-Key-Vav-Key [que unifica com Alef-Key-Yud-Key] deve ser Ab [72], escrito com yuds, o segundo Yud-Key-Vav-Key [unificado com Elokim] deve ser de SaG [63], e o terceiro Yud-Key-Vav-Key [aquele unificado com Ado-nai] deve ser de MaH [escrito com alefs, 45].
Uma pessoa deve meditar nessas três [formas de escrever] Yud-Key-Vav-Key quando um diz a palavra “Le’hadlik” [significa, “acender”, na primeira benção], que tem o valo numérico destes três nomes, Av, SaG, Mah.
Ab = 72 SaG = 63 Mah = 45
Somando 72+63+45 = 180 = “le’hadlik” (180)
[escrito lamed (30),hei(5), dalet (4), lamed (30),yud (10), kuf (100) mais o kolel.]
E também, se uma pessoa escreve Alef-Key-Yud-Key nas meditações acima com yuds, igual a 161, unificando com Yud-Key-Vav-Key, escrito com yuds, igual a 72, uma pessoa consegue o valor numérico da palavra “regel” [em hebraico, “pés”, igual a 233].
Isto indica o fato que Hanuka é chamado do “festival da peregrinação” [em hebraico peregrinação significa “regel”, que literalmente significa “pé”], entre outros feriados, como está mencionado nas anotações manuscritas na introdução do Tikunei Zohar [mesmo que não é literalmente um dos três festivais de peregrinação que são Pesach, Sukkot e Shavuot]… Este é o segredo do conceito que o momento para acender o candelabro de Hanuka é “até que os pés [regel] cessem no mercado”…
Uma pessoa deve meditar na ideia que as iniciais das palavras “… acender as velas de Hanuka” [em Hebraico, “le‘hadlik ner Hanuka“,na primeira bênção] são o nome sagrado “Nachal” [significa “fonte” ou “rio”], que emana das iniciais das palavras “Ele preserva gentileza por dois mil anos” [em hebraico, , “notzer chesed l‘alefin”, o oitavo e nono dos 13 atributos da Misericórdia], como é conhecido. O significado disto é para mostrar que a Luz é transmitida de Imma superior para Zeir Anpin, para que ele tenha força suficiente para conectar com as três unificações superiores, das meditações da vela.
Portanto, [durante a bênção, “para acender a vela de Hanuka”] uma pessoa deve meditar no Rio superior [em hebraico, “nachal”, iniciais das bênçãos “le‘hadlik ner Hanuka“], que é soletração do nome Yud-Key-Vav-Key com alefs [conhecidos como “Mah”] – com a letra Alef da soletração da letra Vav transformada no nome Alef-Key-Yud-Key expandido, assim:
Yud, vav, dalet Hei, alef Vav – alef, alef–hei, alef–hei–yud, alef–hei–yud–hei – vav Hei, alef
Esse nome [que tem o mesmo valor numérico que “nachal”, “rio”, 88] indica o conceito de Ima [Mãe que é Biná], que brilha para Zeir Anpin enquanto ela se veste nele.
Depois, na palavra “Hanuka”, tenha em mente que da mesma maneira nós atraímos sustento divino de Imma para Zeir Anpin com as meditações do Rio para que eles unifiquem através das 3 unificações conhecidas na Meditação da Vela – portanto, nós usamos agora o nome Sag de Imma, cujo valor numérico mais o valor simples do nome Yud-Key-Vav-Key [26] soma até 26 mais 63, o mesmo valor numérico da palavra “Hanuka”
Assim estamos atraindo sustento divino em Nukva, que é chamado de “Vela” e assim chegamos em “Vela de Hanuka”.
E também, na palavra “Hanuka” uma pessoa deve meditar no que os Sábios ensinaram, que é feito de “Hanu” [significa “acampado” ou “estabelecido”] e “ka” [25] que é o segredo das 25 letras dos 6 nomes que uma pessoa deve concentrar na meditação da Vela.